O ministro destacou que três planos foram identificados durante as investigações
Do O Globo, editado por Luís Carlos Nunes – Em uma entrevista exclusiva ao jornal O Globo, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, expôs detalhes surpreendentes sobre os desdobramentos das investigações relacionadas aos ataques ocorridos em 8 de janeiro de 2023. Durante a conversa, Moraes revelou que a apuração desvendou planos que incluíam até mesmo a sua própria morte.
O ministro destacou que três planos foram identificados durante as investigações. O primeiro delineava a prisão por parte das Forças Especiais do Exército em um domingo, seguida do transporte para Goiânia. O segundo plano envolvia o descarte do corpo no trajeto para Goiânia, transformando a ação em um homicídio, em vez de uma simples prisão. O terceiro, considerado mais extremo, propunha que, após um golpe, Moraes fosse preso e enforcado na Praça dos Três Poderes. Moraes enfatizou o nível de agressividade e ódio demonstrado por essas pessoas, ressaltando a incapacidade delas em distinguir a pessoa física do ministro da instituição que ele representa.
Alexandre de Moraes, que também é o relator das apurações sobre a investida golpista no STF e preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), enfatizou a existência de um plano detalhado, revelando a participação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na monitorização de seus passos para eventual prisão. Apesar de antever esse cenário, Moraes manteve a tranquilidade, ressaltando que a investigação e seus desdobramentos não interferiram em suas responsabilidades no exercício de suas funções.
O magistrado informou que estava em viagem ao exterior no dia dos ataques, após a posse do presidente Lula. Ele soube dos acontecimentos por meio de seu filho, que mostrou imagens da invasão ao Congresso. Moraes destacou que, mesmo diante da gravidade da situação, manteve-se focado em seus afazeres, não se deixando abalar pelos planos de criminosos golpistas.
Ao comentar sobre a atuação das forças de segurança, Moraes expressou choque diante da inação da Polícia Militar do Distrito Federal. Como ex-secretário de Segurança Pública em São Paulo e ex-ministro da Justiça, ele afirmou que não seria necessário um grande contingente para dispersar a situação e criticou a falta de resposta imediata. O ministro destacou a importância das decisões, incluindo as prisões do então secretário e do comandante geral da Polícia Militar, para evitar possíveis efeitos dominó em outros estados.