Esquerda convoca mobilização nacional em defesa da democracia e pelo pedido de prisão de Bolsonaro

Este movimento reflete um momento de intensificação das tensões políticas no país, com a sociedade civil e os grupos de oposição se mobilizando para proteger e fortalecer as instituições democráticas

A esquerda brasileira, representada pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, juntamente com movimentos sociais, a exemplo da União Nacional dos Estudantes (UNE) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), além dos partidos políticos PT, PCdoB e Psol, anunciou uma grande mobilização nacional para o dia 24 de março. O objetivo principal é reafirmar o compromisso com a democracia e demandar a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente no Partido Liberal (PL).

Este chamado para a ação ganha destaque como uma resposta contundente aos recentes eventos protagonizados por apoiadores de Jair Bolsonaro, que se manifestaram no último domingo (25). A inclusão da exigência de prisão de Bolsonaro na pauta do ato é uma resposta direta aos desdobramentos da Operação Tempus Veritatis, conduzida pela Polícia Federal, que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado envolvendo Bolsonaro e ex-ministros.

Daiane Araújo, vice-presidente da UNE, enfatizou a importância de associar a memória do regime militar no Brasil com a responsabilização daqueles que ameaçam a democracia. Segundo ela, o dia 24 de março foi escolhido como uma data simbólica, marcando os 60 anos do início do regime militar de 1964 a 1985. “É fundamental vincular a pauta da verdade, memória e justiça com a punição dos golpistas”, destacou Araújo.

Além da mobilização, os organizadores planejam lançar um manifesto em defesa da democracia, seguindo o exemplo de um manifesto anterior intitulado “O Brasil escolheu a Democracia”, que recebeu mais de 120 assinaturas de figuras proeminentes da sociedade civil, incluindo representantes da UNE, MST, Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) e Central Única dos Trabalhadores (CUT).

A mobilização não se limitará ao dia 24 de março. Os organizadores pretendem estabelecer um calendário de “um março de lutas”, com eventos planejados para o Dia Internacional das Mulheres, em 8 de março, onde se destacará a demanda por justiça para Marielle Franco, vereadora assassinada em 14 de março de 2018, cujo caso completa seis anos em 2024.

Este movimento da esquerda brasileira reflete um momento de intensificação das tensões políticas no país, com a sociedade civil e os grupos de oposição se mobilizando para proteger e fortalecer as instituições democráticas, enquanto buscam responsabilizar aqueles que representam uma ameaça à ordem constitucional.

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