Acabou a Trégua, diz Bolsonaro após ser alvo da PF em investigação sobre os atos golpistas de 8/1

Bolsonaro foi ordenado a entregar seu passaporte em até 24 horas e a evitar contato com outros investigados, mesmo por intermédio de advogados

Oeste Global | Luís Carlos Nunes – O presidente Jair Bolsonaro expressou seu descontentamento em relação à operação Tempus Veritatis, conduzida pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (8). A ação teve como alvos não apenas o próprio Bolsonaro, mas também seus aliados e auxiliares, no contexto de uma investigação sobre os eventos que culminaram na intentona golpista de 8 de janeiro do ano anterior. “Acabou minha folga. Vejo colega sendo preso, é muito ruim”, afirmou Bolsonaro à coluna do jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles.

Atualmente de férias em Angra dos Reis, Bolsonaro foi ordenado a entregar seu passaporte em até 24 horas e a evitar contato com outros investigados, mesmo por intermédio de advogados, seguindo a determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O prazo foi estabelecido após o ex-presidente alegar que o documento estava em Brasília.

Bolsonaro também expressou sua perplexidade diante da acusação de “tentativa de golpe de Estado” contra ele e seus aliados. “Não entendo a acusação de tentativa de golpe. Fizemos uma transição sem problemas. A pedido do Lula, nomeei os três comandantes de Força escolhidos por ele em dezembro. Como vou nomear comandante de Força dele e dar um golpe depois?”, questionou.

A nota oficial da Polícia Federal esclarece que a operação Tempus Veritatis foi desencadeada para investigar uma organização criminosa que teria agido na tentativa de golpe de Estado e na abolição do Estado Democrático de Direito, visando obter vantagens políticas com a permanência do então presidente no poder.

No total, estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas, incluindo proibição de contato com outros investigados, restrição de saída do país, entrega de passaportes em 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas. Os policiais federais estão executando as medidas judiciais em diversos estados brasileiros, com destaque para Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e Distrito Federal.

Segundo as investigações, o grupo investigado se organizou em núcleos para disseminar a narrativa de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, com o objetivo de legitimar uma intervenção militar, utilizando estratégias de milícia digital.

Os crimes em questão incluem organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. O Exército Brasileiro está auxiliando na execução de alguns mandados, em apoio à Polícia Federal.

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