A difícil escolha
Oeste Global | Luís Carlos Nunes – Na última quinta-feira (11), a oposição de Formosa do Rio Preto se reuniu, e claro, não poderia ser uma reunião comum, era a reunião da salvação, a aliança suprema para derrotar o grande vilão Neo, o prefeito que ousou governar sem o script da oposição.
O anúncio bombástico nas redes sociais foi feito por uma “reunião de cúpula” tão representativa quanto um pão amanhecido:
“Oposição define estratégia de candidato único para derrotar o prefeito Neo. Candidato será definido até final de março”.
Ah, que surpresa! Estratégia para um candidato único em uma cidade onde a pluralidade de ideias é mais rara que pérolas no deserto.
Mas o que importa é a tomada de poder. Educação, desenvolvimento social, meio ambiente? São detalhes para os fracos! O assunto da vez é a cadeira de Neo. Afinal, quem se importa com a cidade quando podemos discutir a tomada da cadeira de poder?
Numa análise política digna de Oscar, as eleições municipais de Formosa do Rio Preto agora são um espetáculo nacionalizado. É como se Bolsonaro e Lula estivessem disputando o trono da cidade. Que emoção! Jerônimo que se cuide, a Bahia está à beira de uma crise existencial.
Árvores seculares foram cortadas as margens do Rio Preto ao arrepio dos principios ambientais e da preservação das matas ciliares
Os eleitores têm agora duas opções de projeto: Neo, o aliado de Lula e Jerônimo, defensores da cartilha de políticas inclusivas e sociais, e do outro lado, a autêntica extrema direita, liderada por Adelar Elói Lutz, famoso por suas táticas democráticas, como pressionar trabalhadores, obrigar mulheres a colocarem celular no sutiã e oferecer cestas básicas como “lembrete” eleitoral.
Ah, e o desmatamento às margens do Rio Preto, que mero detalhe (legalmente e moralmente discutível)!
Mas calma, não para por aí. Na oposição, a estrela que brilha pela ausência é Termosires Neto, o ex-prefeito. Aparentemente, ele não recebeu o convite para o grande espetáculo, ou talvez tenha apenas feito um leve desvio cirúrgico e fora do esperado. Termosires, fã de carteirnha daquela famosa banda de rock, deve intimamente ter pensado: “Mentir pra sí mesmo é sempre a pior mentira”.
E quem mais está na fila para o trono de Formosa? Outros apoiadores da campanha de Bolsonaro e também os destemidos defensores da campanha fracassada de ACM Neto ao Palácio de Ondina. Um currículo invejável, sem dúvida.
As eleições prometem uma análise minuciosa, onde o que realmente importará será a rejeição de cada candidato ou grupo. Neo, por sua vez, está prestes a explicar situações inexplicáveis em sua administração. Comprovar exames transvaginais em homens? Uma tarefa que faria até o Xandão suar frio em sua lustrosa careca.
Nos bastidores, as encomendas de pesquisas eleitorais já começaram. Cada candidato terá o prazer de analisar o seu percentual de rejeição, como se fosse uma competição para ver quem consegue ser o menos indesejado. Afinal, no dia 06 de outubro, o eleito poderá proclamar: “Sou o menos rejeitado, venci!” Que emocionante!